Os fazendeiros de Minas Gerais e de São Paulo, também povoaram a região. Eles organizaram grandes fazendas de criação de gado.
Para defender as fronteiras do Brasil com os outros países, foram criados fortes militares. Entre eles, destaca-se o Forte de Coimbra, hoje o município de Corumbá. Em volta desses fortes surgiram povoados.
O povoamento aumentou com a construção de estradas de ferro e, mais tarde, com o aparecimento das rodovias e das hidrovias.
A construção de Brasília como sede do governo brasileiro, também contribuiu para o povoamento e o desenvolvimento sócio-econômico da Região Centro-Oeste.
A Culinária do Centro-oeste do País
O Centro-Oeste brasileiro engloba três dos biomas mais ricos do Brasil, a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal. A população que se estabeleceu nessa região desenvolveu ao longo dos séculos saborosos métodos de preparar ingredientes exclusivos do Centro-Oeste, que infelizmente passam desapercebidos para a maioria dos brasileiros. É o caso do perigoso pequi, popularíssimo entre os goianos e que pode deixar a boca de não-iniciados repleta de espinhos. Ou da amarga guariroba, uma espécie de palmito acinzentado.
A culinária dessa região de biodiversidade riquíssima é uma mistura das cozinhas indígena, portuguesa, paulista, mineira, nordestina e paraguaia. Os índios, habitantes originais da região, colaboraram com seus pratos à base de peixe e mandioca. Os descobridores portugueses com a doçaria. Os bandeirantes paulistas com as carnes secas e as farofas (de banana, de carne, de ovo).
Os mineiros trouxeram pratos à base de porco, como o arroz com suã. Dos espanhóis veio o puchero, cozido com carnes variadas e grão de bico. E como a sul-mato-grossense Campo Grande chegou a abrigar a terceira maior colônia japonesa no Brasil, a culinária local têm heranças dos japoneses, como o sobá, espécie de sopa de omelete, carne de porco e macarrão frito, e o uso de shoyo em alguns pratos e na mandioca cozida.
Dos vizinhos paraguaios, a região Centro- Oeste herdou a chipa, pão de queijo mais seco que o mineiro em forma de ferradura com pedaços de queijo meia cura ou goiabada dentro, a sopa paraguaia (que de sopa não tem nada, pois é uma torta) e o tereré, bebida largamente consumida no Pantanal e que é uma versão gelada do chimarrão gaúcho.
O tereré (pronuncia-se tererê) é feito com o mate menos moído e menos processado que o do chimarrão. A bomba tem furos maiores, e a bebida é servida na guampa, chifre de boi cortado.
A tradição do Cerrado reserva surpresas como o empadão goiano, o arroz-de-puta-rica e a pamonha salgada. O Pantanal, por sua vez, “esconde” pratos como a mojica de pintado do Mato Grosso e o furrundum, doce feito com o tronco do mamão.Em alguns lugares do Pantanal a carne de jacaré é consumida ensopada.
ARROZ DE PEQUI
90 ml de óleo de pequi ou canola
200 g de cebola picada
5 dentes de alho
1 colher (sopa rasa) de cúrcuma em pó (açafrão da terra)
500 g de tomate sem semente picado
250 g de polpa (carne) de pequi
650 g de arroz tipo agulinha
500 ml de caldo de legumes (1 tablete dissolvido em 500 ml de água)
Sal a gosto1 maço de cheiro verde picado
Modo de Preparo
1º - Numa panela em fogo médio de preferência de barro, aquecer o óleo de pequi ou de canola e refogar a cebola e o alho até obter um leve dourado.
2º - Junte a cúrcuma( açafrão da terra), o tomate picado e a carne de pequi. Misture bem e em seguida acrescente o arroz, refogue por uns 3 minutos mexendo sempre e coloque o caldo de legumes quente até cobrir o arroz e tempere com sal a gosto.
3º - Abaixe o fogo depois de ferver e cozinhe tampado até o arroz ficar cozido +/-25 minutos, se necessário pingue um pouco mais de caldo de legumes. Sirva polvilhando cheiro verde picado a gosto.
RENDIMENTO: 8 porções
Informações sobre o prato
Sobre o Pequi
1- Assim como o cupuaçu é a jóia da cozinha do Norte, o pequi é a paixão da culinária do Centro-Oeste. Fruta nativa do cerrado de sabor marcante e peculiar, muito utilizada na cozinha nordestina, do norte de Minas e da região, o pequi tem a casca esverdeada e rugosa e o tamanho de uma laranja. O que é consumido do pequi são suas sementes, que podem ser transformadas em polpa para doces e licores e em ingrediente pincipal de pratos da cozinha local (como acompanhamento ou como ingrediente solitário).
2- Perfumado e altamente calórico, o pequi tem gosto meio adocicado. Da semente do pequi se come somente a polpa, que deve ser raspada com os dentes até que a parte amarela comece a ficar esbranquiçada.
3- A árvore do pequi, o pequizeiro, é protegida por lei - o que impede seu corte e comercialização em todo o território nacional. Ela atinge 10 m de altura e frutifica entre setembro e fevereiro.
4- Do pequi se aproveita tudo, exceto os espinhos. A casca da árvore solta uma tinta acastanhada usada pelas tecelãs locais para o tingimento de tecidos. A raiz, a;tamente tóxica, é usada para matar peixes. As cinzas do pequizeiro são usadas na fabricação de sabões caseiros. As folhas são ricas em tanino, e são usadas pelas tecelãs. A polpa do pequi, de coloração amarelo-vivo, é rica em óleo comestível e em vitaminas A e C. A castanha, envolvida pelos espinhos, pode ser comida ou usada na fabricação de cosméticos, sabonetes e cremes. Dizem os locais que essa castanha tem propriedades tonificantes e pode ser usada no tratamento de bronquite, resfriados, gripe e controle de tumores.
Sobre Açafrão da Terra
1 - O açafrão-da-terra (Curcuma longa), conhecido também como cúrcuma, turmérico, açafrão-da-índia, açafroa e gengibre amarelo, é uma planta herbácea da família do gengibre (Zingiberaceae), originária da Ásia (Índia e Indonésia).
2 - Dela se obtém uma especiaria homónima que é o principal componente do tempero do caril (prato culinário) à indiana (ou curry). Sua característica principal é atuar como digestivo e ativador da função hepática.
3 - Da sua raiz seca e moída se extrai o pó, utilizado como condimento ou corante de cor amarela e brilhante, na culinária e no preparo de medicamentos.
4 - Usado para colorir laticínios, bebidas e mostarda, em cozidos, sopas, ensopados, molhos, peixes, pratos à base de feijão, receitas com ovos, maioneses, massas, frango, batatas, couve-flor e até pães. Deve ser dissolvida em um caldo quente antes de ser incorporada a uma receita. É ingrediente essencial para acentuar o sabor e dar cor a muitos pratos da cozinha indiana, principalmente arroz.
5 - A palavra cúrcuma tem seu primeiro registro no século XVI, oriunda do latim terra meritare, ou "mérito da terra" (de acordo com o livro Plantas de A-Z, de Paula Negraes, editado por BEI Comunicações)
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